Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH)

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Jó 5 a 8 (dia 111)

Jó 5

Nós mesmos causamos o sofrimento


1 “Grite, Jó! Veja se alguém responde.
Que anjo você vai chamar?

2 Ficar desgostoso e amargurado é loucura,
é falta de juízo, que leva à morte.

3 Uma vez vi um homem sem juízo
que parecia estar progredindo na vida,
mas eu amaldiçoei a família dele.

4 Os seus filhos não têm segurança;
nos tribunais são condenados injustamente,
e não há ninguém que os defenda.

5 Os famintos ficam cobiçando as suas riquezas;
devoram as suas colheitas,
pegando até o trigo que nasce entre os espinhos.

6 A aflição não brota da terra;
a desgraça não nasce do chão:

7 somos nós mesmos que causamos o sofrimento,
tão certo como as faíscas das brasas voam para cima.”

 



Deus dá esperança aos fracos

8 “Jó, se eu fosse você, voltaria para Deus
e entregaria o meu problema a ele.

9 Nós não podemos entender as coisas maravilhosas que ele faz,
e os seus milagres não têm fim.

10 Deus dá chuva à terra;
ele faz a água cair sobre os campos.

11 Deus põe os humildes nas alturas,
põe num lugar seguro os que choram.

12 Deus faz com que os planos dos espertos falhem
e que as suas ações fracassem;

13 ele pega os sábios nas suas espertezas
e acaba com as suas intrigas.

14 Em pleno dia eles ficam no escuro
e ao meio-dia andam às cegas,
apalpando como se fosse noite.

15 Deus salva da morte os pobres;
ele livra os necessitados das mãos dos poderosos.

16 Deus dá esperança aos fracos
e tapa a boca dos maus.”

 



As mãos de Deus curam

17 “Feliz é aquele a quem Deus corrige!
Por isso, não despreze o castigo do Deus Todo-Poderoso.

18 Deus fere, mas ele mesmo faz o curativo;
ele machuca, mas as suas mãos curam.

19 Vez após vez Deus salvará você do perigo
e não deixará que nenhum mal lhe aconteça.

20 Em tempo de fome, Deus não deixará que você morra
e em tempo de guerra ele o salvará da espada.

21 Ele o protegerá das más línguas,
e você não terá medo quando houver destruição.

22 Você se rirá quando houver violência e faltarem alimentos
e não terá medo dos animais selvagens.

23 Nos seus campos as pedras não estorvarão o arado,
e os animais selvagens não o atacarão.

24 Na sua casa você viverá em paz
e, quando contar as suas coisas,
não vai achar falta de nada.

25 Você terá muitos filhos,
e os seus descendentes serão tantos como as folhas de capim no pasto.

26 Você vai morrer velho e forte,
como um feixe de trigo colhido no tempo certo.

27 Jó, a vida nos ensina que é assim.
Esta é a verdade; pense nisso para o seu próprio bem.”



Jó 6

Resposta de Jó

Caps. 6-7

Por que viver se não há esperança?


1 Então em resposta Jó disse:

2 “Ah! Se a minha desgraça e os meus sofrimentos fossem postos numa balança,

3 com certeza pesariam mais do que a areia do mar.
E foi por isso que falei com violência.

4 As flechas venenosas do Deus Todo-Poderoso estão fincadas em mim,
e o veneno entra na minha alma.
Com os seus ataques, Deus me tem enchido de terror.

5 O jumento fica contente quando come capim,
e o boi não reclama quando tem pasto.

6 Mas quem gosta de comida sem sal?
Que gosto tem a clara do ovo?

7 Não tenho apetite para comer essas coisas,
e tudo o que como me faz mal.”

8 “Ah! Se Deus me desse o que estou pedindo!
Ah! Se Deus respondesse à minha oração!

9 Então ele me tiraria a vida;
ele me atacaria e acabaria comigo!

10 Se eu soubesse que Deus faria isso,
daria pulos de alegria, mesmo sofrendo muita dor.
Pois Deus é santo,
e eu nunca fui contra as suas decisões.

11 Onde estão as minhas forças para resistir?
Por que viver, se não há esperança?

12 Será que sou forte como a pedra?
Será que o meu corpo é de bronze?

13 Não sou capaz de me ajudar a mim mesmo,
e não há ninguém que me socorra.”

 



Meus amigos me desapontaram

14 “Uma pessoa desesperada merece a compaixão dos seus amigos,
mesmo que tenha deixado de temer
ao Deus Todo-Poderoso.

15 Mas eu não pude contar com vocês, meus amigos,
que me desapontaram como um riacho
que seca no verão.

16 Primeiro ele está cheio de gelo e de neve,

17 mas depois vira água,
que vai sumindo no calor,
até que no fim o seu leito fica seco e duro.

18 As caravanas se perdem procurando água;
avançam pelo deserto e ali morrem.

19 Aquelas que vêm de Temá e de Sabá
procuram esses ribeirões, cheias de esperança,

20 porém, quando chegam, todos ficam desapontados,
e a sua esperança morre ali.

21 Vocês são como esses ribeirões;
vocês veem a minha miséria e ficam com medo.

22 Por acaso, pedi que vocês me dessem qualquer coisa?
Ou que me oferecessem um presente?

23 Será que pedi que me salvassem de um inimigo
ou que me livrassem das mãos dos bandidos?”

 



Não me condenem

24 “Ensinem-me, que eu ficarei calado;
mostrem os erros que cometi.

25 Quem fala a verdade convence,
mas a acusação de vocês não prova nada.

26 Será que vocês querem criticar o que eu digo,
querem tratar as palavras de um homem desesperado
como se elas fossem vento?

27 Vocês seriam capazes de vender um órfão em leilão;
vocês venderiam até mesmo um amigo!

28 Olhem bem nos meus olhos
e digam se estou mentindo.

29 Retirem o que disseram; não sejam injustos.
Não me condenem; eu estou com a razão.

30 Vocês pensam que sou mentiroso?
Será que não sei o que é certo e o que é errado?”

 



Jó 7

Só tenho tido desilusões


1 “A vida neste mundo é dura como o serviço militar;
todos têm de trabalhar pesado,

2 como o escravo que suspira pela sombra,
como o trabalhador que espera o seu salário.

3 Mês após mês só tenho tido desilusões,
e as minhas noites têm sido cheias de aflição.

4 Essas noites são compridas;
eu me canso de me virar na cama até de madrugada
e fico perguntando: ‘Será que já é hora de levantar?’

5 O meu corpo está coberto de bichos e de cascas de feridas;
a minha pele racha, e dela escorre pus.

6 Os meus dias passam mais depressa do que a lançadeira do tecelão
e vão embora sem deixar esperança.

7 Lembra, ó Deus, que a minha vida é apenas um sopro;
os meus olhos nunca mais verão a felicidade.

8 Tu me vês agora, porém não me verás mais;
olharás para mim, mas eu já terei desaparecido.”

 



Deixa-me em paz

9 “Como a nuvem que passa e some,
assim aquele que desce ao mundo dos mortos nunca mais volta;

10 ele não volta para casa;
ninguém lembra mais dele.

11 Por isso, não posso ficar calado.
Estou aflito, tenho de falar,
preciso me queixar,
pois o meu coração está cheio de amargura.

12 Será que eu sou o Mar ou algum outro monstro do mar
para que fiques aí me vigiando?

13 Quando penso que na cama encontrarei descanso
e que o sono aliviará a minha dor,

14 então me espantas com sonhos
e com pesadelos me enches de medo.

15 Eu prefiro ser estrangulado;
é melhor morrer do que viver neste meu corpo.

16 Detesto a vida; não quero mais viver.
Deixa-me em paz, pois a minha vida não vale nada.”

 



Por que nos vigias?


17 “O que somos nós, para que nos dês tanta importância
e te preocupes com a gente?

18 Por que nos vigias todos os dias
e a todo instante nos fazes passar por provas?

19 Quando deixarás de olhar para mim,
a fim de que eu tenha um momento de sossego?

20 Se pequei, que mal fiz a ti, ó vigia das pessoas?
Por que fizeste de mim o alvo das tuas flechas?
Por acaso, sou uma carga tão pesada assim?

21 Por que não perdoas o meu pecado
e não apagas a minha maldade?
Logo estarei na sepultura;
tu me procurarás, mas eu não existirei mais.”




Jó 8

Primeira fala de Bildade

Cap. 8

Volte para Deus


1 Então Bildade, da região de Sua, em resposta disse:

2 “Até quando você, Jó, vai falar assim?
Até quando as suas palavras serão como um vento forte?

3 Será que Deus torceria a justiça?
Será que o Todo-Poderoso faria o que não é direito?

4 Decerto os seus filhos pecaram contra Deus,
e ele os castigou como mereciam.

5 Agora volte para Deus
e ore ao Todo-Poderoso.

6 Se você é mesmo puro e honesto,
Deus virá logo ajudá-lo
e lhe dará de novo o lar que você merece.

7 A riqueza que você perdeu não será nada
comparada com o que Deus lhe dará depois.”

 



Dá em nada a esperança dos maus

8 “Faça perguntas aos nossos antepassados;
aprenda com a experiência deles.

9 Pois nós nascemos ontem e não sabemos nada;
os nossos dias na terra passam como a sombra.

10 Deixe que os nossos antepassados falem a você e o ensinem.
Da sua experiência eles dirão isto:

11 ‘Será que a taboa pode crescer fora do brejo
ou o junco viver sem água?’

12 Verdes ainda e mesmo sem serem cortados,
eles secam antes das outras ervas.

13 Assim acontece com os que esquecem de Deus;
assim dá em nada a esperança dos maus.

14 A segurança deles é um fio de linha;
a sua confiança é como uma teia de aranha.

15 Eles se apoiam na teia, mas ela não aguenta;
agarram o fio, mas não conseguem ficar de pé.”

16 “Os maus crescem como ervas ao sol
que se espalham pelo jardim.

17 As suas raízes se enroscam nas pedras,
se agarram nas rochas,

18 mas, se alguém as arranca,
ninguém vai nem saber que estiveram naquele lugar.

19 É nisso que dá a vida alegre dos maus;
chegam outras pessoas e tomam o lugar deles.”

20 “Esteja certo de que Deus não abandona as pessoas honestas,
nem dá a mão para ajudar os maus.

21 Ele fará você rir de novo
e dar gritos de alegria;

22 mas os seus inimigos vão viver na confusão,
e as casas dos maus serão destruídas.”

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