2 Reis 4
Eliseu ajuda uma viúva pobre
1
Certa mulher, que era viúva de um dos membros de um grupo de
profetas, foi falar com Eliseu e disse:
— O meu marido morreu.
Como o senhor sabe, ele era um homem que temia a Deus, o Senhor. Mas
agora um homem a quem ele devia dinheiro veio para levar os meus dois
filhos a fim de serem escravos, como pagamento da dívida.
2
Eliseu perguntou:
— O que posso fazer por você? Diga! O que é
que você tem em casa?
— Não tenho nada, a não ser um jarro
pequeno de azeite! — respondeu a mulher.
3 Eliseu
disse:
— Vá pedir que os seus vizinhos lhe emprestem muitas
vasilhas vazias.
4 Depois você e os seus filhos entrem em
casa, fechem a porta e comecem a derramar azeite nas vasilhas. E vão
pondo de lado as que forem ficando cheias.
5 Então a mulher foi
para casa com os filhos, fechou a porta, pegou o pequeno jarro de
azeite e começou a derramar o azeite nas vasilhas, conforme os seus
filhos iam trazendo.
6 Quando todas as vasilhas estavam
cheias, ela perguntou se havia mais alguma.
— Essa foi a
última! — respondeu um dos filhos.
Então o azeite parou de
correr.
7 Ela foi e contou ao profeta Eliseu. Aí ele
disse:
— Venda o azeite e pague todas as suas dívidas. Ainda
vai sobrar dinheiro para você e os seus filhos irem vivendo.
Eliseu e a mulher de Suném
8 Um dia
Eliseu foi até a cidade de Suném, onde morava uma mulher rica. Ela
o convidou para uma refeição, e daí em diante, sempre que ia a
Suném, Eliseu tomava as suas refeições na casa dela.
9
Ela disse ao seu marido:
— Tenho a certeza de que esse homem
que vem sempre aqui é um santo homem de Deus.
10 Vamos
construir um quarto pequeno na parte de cima da casa e vamos pôr ali
uma cama, uma mesa, uma cadeira e uma lamparina. E assim, quando ele
vier nos visitar, poderá ficar lá.
11 Um dia Eliseu voltou a
Suném e subiu ao seu quarto para descansar. 12 Ele disse a Geazi, o
seu empregado, que fosse chamar a dona da casa. Quando ela
chegou,
13 Eliseu disse a Geazi:
— Pergunte o que
eu posso fazer por ela para pagar todo o trabalho que ela tem tido,
cuidando de nós. Talvez ela queira que eu vá falar em favor dela
com o rei ou com o comandante do exército.
Mas a mulher
respondeu:
— Eu tenho tudo o que preciso aqui, no meio do meu
povo.
14 Eliseu perguntou a Geazi:
— Então o que
posso fazer por ela?
Ele disse:
— Bem, a mulher não tem
filhos, e o marido dela é velho.
15 — Diga a ela que
venha aqui! — ordenou Eliseu.
Ele a chamou, e ela foi e ficou
na porta.
16 Então Eliseu disse:
— No ano que vem,
por este tempo, você carregará um filho no colo.
A mulher
exclamou:
— Por favor, não minta para mim! O senhor é um
homem de Deus!
17 Mas, como Eliseu tinha dito, no ano
seguinte, no tempo marcado, ela deu à luz um filho.
18 Alguns
anos depois, no tempo da colheita, o menino saiu para se encontrar
com o pai, que estava no campo com os trabalhadores que faziam a
colheita.
19 De repente, ele começou a gritar para o
pai:
— Ai! Que dor de cabeça!
Então o pai disse a um
dos empregados:
— Leve o menino para a mãe.
20 O
empregado carregou o menino até o lugar onde a mãe estava. Ela
ficou com ele no colo até o meio-dia, e então ele morreu. 21 Aí
ela o carregou para o quarto de Eliseu e o pôs na cama. Depois saiu
e fechou a porta.
22 Então chamou o marido e disse:
—
Mande um empregado trazer uma jumenta. Eu preciso ir falar com o
profeta Eliseu. Volto o mais depressa que puder.
23 O
marido perguntou:
— Por que você vai falar com ele hoje? Hoje
não é sábado nem dia de Festa da Lua Nova!
— Não faz mal!
— respondeu ela.
24 Aí mandou que pusessem os arreios
na jumenta e ordenou ao empregado:
— Faça o animal andar o
mais depressa que puder e só pare quando eu mandar.
25 E
assim ela saiu e foi para o monte Carmelo, onde Eliseu estava.
Quando
ela ainda estava um pouco longe, Eliseu a viu chegando e disse ao seu
empregado Geazi:
— Veja! A mulher de Suném vem vindo aí.
26
Corra até lá e pergunte se tudo está bem com ela, com o marido e
com o filho.
A mulher disse a Geazi que estava tudo bem;
27
porém, quando chegou ao lugar onde Eliseu estava, ela se ajoelhou
diante dele e abraçou os seus pés. Geazi ia tirá-la dali, mas
Eliseu disse:
— Não faça isso! Você não está vendo que
ela está muito aflita? E o Senhor Deus não me disse nada sobre
isso!
28 Então a mulher disse a Eliseu:
— Senhor,
por acaso, eu lhe pedi um filho? Não lhe pedi que não me
enganasse?
29 Eliseu virou-se para Geazi e disse:
—
Apronte-se, pegue o meu bastão e vá. Não pare para cumprimentar
ninguém que você encontrar e, se alguém cumprimentar você, não
perca tempo respondendo. Vá direto e ponha o meu bastão em cima do
menino.
30 Mas a mulher disse a Eliseu:
— Juro pelo
Senhor Deus e juro pelo senhor mesmo que eu não o deixarei aqui.
Aí
Eliseu se levantou e foi com ela.
31 Geazi foi na frente
deles e colocou o bastão em cima do menino. Porém ele não soltou
nenhum gemido, nem havia nele qualquer outro sinal de vida. Então
Geazi voltou para encontrar Eliseu e disse:
— O menino não
acordou.
32 Quando Eliseu chegou, entrou sozinho no quarto e viu
o menino morto na cama. 33 Então fechou a porta e orou a Deus, o
Senhor. 34 Depois deitou-se sobre o menino, pondo a sua boca sobre a
boca dele, os olhos sobre os olhos e as mãos sobre as mãos. Quando
Eliseu se deitou sobre o menino, o corpo da criança começou a
esquentar. 35 Eliseu levantou-se e andou de um lado para outro do
quarto. Depois voltou e deitou-se de novo sobre o menino. Aí o
menino espirrou sete vezes e abriu os olhos.
36 Então
Eliseu chamou Geazi e mandou que ele chamasse a mãe. Quando a mulher
entrou, Eliseu disse:
— Pegue o seu filho.
37 Ela
caiu aos pés de Eliseu e encostou o rosto no chão. Depois pegou o
filho e saiu.
O cozido envenenado
38 Certa vez, quando
havia falta de alimentos naquela terra, Eliseu voltou a Gilgal.
Enquanto estava ensinando um grupo de profetas, ele mandou que o seu
empregado pusesse uma panela grande no fogo e fizesse um cozido para
eles. 39 Então um dos profetas saiu para o campo a fim de apanhar
ervas. Ele achou uma trepadeira que dava umas frutas amargas e
apanhou todas as que pôde carregar na sua capa. Então voltou,
cortou as frutas em pedaços e jogou dentro da panela, não sabendo o
que eram.
40 O cozido foi servido aos homens, mas, assim
que eles o provaram, começaram a gritar para Eliseu:
— O
cozido está envenenado!
E não queriam comer.
41
Então Eliseu pediu um pouco de farinha, jogou dentro da panela e
disse:
— Sirvam mais um pouco de cozido para todos.
E o
cozido que estava na panela já podia ser comido sem perigo.
Vinte pães para cem homens
42 Outra vez,
um homem chegou de Baal-Salisa, trazendo para Eliseu vinte pães
feitos com a primeira cevada que havia sido colhida naquele ano e
também algumas espigas de cevada ainda verdes. Eliseu mandou que o
seu empregado desse aquela comida ao grupo de profetas.
43
Mas o empregado perguntou:
— O senhor acha que isto dá para
cem homens?
Eliseu respondeu:
— Entregue a eles, e eles
comerão, pois o Senhor Deus diz que eles vão comer e ainda vai
sobrar.
44 Aí o empregado lhes deu a comida, e, como o Senhor
tinha dito, todos comeram, e ainda sobrou.
2 Reis 5
A cura de Naamã
1
Naamã, o comandante do exército da Síria, era muito respeitado e
estimado pelo rei do seu país porque, por meio de Naamã, o Senhor
Deus tinha dado a vitória ao exército dos sírios. Ele era um
soldado valente, mas sofria de uma terrível doença da pele.
2
Num dos seus ataques contra Israel, os sírios haviam levado como
prisioneira uma menina israelita, que ficou sendo escrava da mulher
de Naamã.
3 Um dia a menina disse à patroa:
— Eu
gostaria que o meu patrão fosse falar com o profeta que mora em
Samaria, pois ele o curaria da sua doença.
4 Então Naamã foi
falar com o rei e contou o que a menina tinha dito.
5 E o
rei ordenou:
— Vá falar com o rei de Israel e entregue esta
carta a ele.
Então Naamã saiu, levando uns trezentos e
cinquenta quilos de prata, e uns setenta quilos de ouro, e dez mudas
de roupas finas.
6 A carta que ele levava dizia assim:
“Esta carta é para apresentar Naamã, que é meu oficial. Eu quero
que você o cure.”
7 Quando o rei de Israel leu a carta,
rasgou as suas roupas em sinal de medo e exclamou:
— Como é
que o rei da Síria quer que eu cure este homem? Será que ele pensa
que eu sou Deus e que tenho o poder de dar a vida e de tirá-la? Ele
está querendo briga!
8 O profeta Eliseu soube do que
havia acontecido e mandou dizer ao rei:
— Por que o senhor
está tão preocupado? Mande que esse homem venha falar comigo, e eu
mostrarei a ele que há um profeta em Israel!
9 Então Naamã
foi com os seus cavalos e carros e parou na porta da casa de Eliseu.
10 Eliseu mandou que um empregado saísse e dissesse a ele que fosse
se lavar sete vezes no rio Jordão, pois assim ficaria completamente
curado da sua doença.
11 Mas Naamã ficou muito zangado e
disse:
— Eu pensava que pelo menos o profeta ia sair e falar
comigo e que oraria ao Senhor, seu Deus, e que passaria a mão sobre
o lugar doente e me curaria!
12 Além disso, por acaso, os
rios Abana e Farpar, em Damasco, não são melhores do que qualquer
rio da terra de Israel? Será que eu não poderia me lavar neles e
ficar curado?
E foi embora muito bravo.
13 Então os
seus empregados foram até o lugar onde ele estava e disseram:
—
Se o profeta mandasse o senhor fazer alguma coisa difícil, por
acaso, o senhor não faria? Por que é que o senhor não pode ir se
lavar, como ele disse, e ficar curado?
14 Então Naamã desceu
até o rio Jordão e mergulhou sete vezes, como Eliseu tinha dito. E
ficou completamente curado. A sua carne ficou firme e sadia como a de
uma criança.
15 Depois ele voltou com todos os seus
homens até o lugar onde Eliseu estava e disse:
— Agora eu sei
que no mundo inteiro não existe nenhum deus, a não ser o Deus de
Israel. Aceite um presente meu, por favor.
16 Eliseu
respondeu:
— Juro pelo Senhor, o Deus vivo, a quem sirvo, que
não aceitarei nenhum presente.
Naamã insistiu com ele para que
aceitasse, mas ele não quis.
17 Aí Naamã disse:
—
Já que o senhor não quer aceitar o meu presente, então deixe que
eu leve para casa duas mulas carregadas de terra, pois de agora em
diante eu não vou oferecer sacrifícios e ofertas que são
completamente queimadas a nenhum deus, a não ser a Deus, o
Senhor.
18 Mas eu gostaria que ele me perdoasse uma coisa,
que é a seguinte: quando eu tiver de acompanhar o meu rei ao templo
de Rimom, o deus da Síria, para ali adorar, eu vou ter de adorá-lo
também. Que o Senhor Deus me perdoe por isso!
19 Eliseu
disse:
— Adeus! Boa viagem!
Geazi é castigado
Quando Naamã já
estava um pouco longe,
20 Geazi, o empregado de Eliseu,
começou a pensar:
— O meu patrão deixou que Naamã fosse
embora sem pagar nada. Ele devia ter aceitado o que o sírio estava
oferecendo. Juro pelo Senhor, o Deus vivo, que vou correr atrás dele
e receber alguma coisa!
21 Então Geazi saiu correndo.
Quando Naamã viu que um homem vinha correndo atrás dele, desceu do
carro e perguntou:
— Aconteceu alguma coisa?
22 —
Não! — respondeu Geazi. — Mas o meu patrão mandou dizer que
agora mesmo chegaram dois membros de um grupo de profetas da região
montanhosa de Efraim. Então ele gostaria que o senhor desse a ele
uns trinta quilos de prata e duas mudas de roupas finas.
23
Naamã disse:
— Por favor, leve sessenta quilos de prata.
E
insistiu com ele. Então pôs a prata em dois sacos, entregou a prata
e as duas mudas de roupas finas a dois dos seus empregados e mandou
que eles fossem na frente de Geazi. 24 Quando eles chegaram ao morro
onde Eliseu morava, Geazi pegou os dois sacos e carregou-os para
dentro de casa. Depois mandou embora os empregados de Naamã,
25
entrou em casa de novo e foi falar com Eliseu. Este perguntou:
—
Onde é que você foi?
— Eu não fui a lugar nenhum! —
respondeu Geazi.
26 Mas Eliseu disse:
— O meu
espírito estava com você quando aquele homem desceu do carro para
falar com você. Esta não era ocasião para você aceitar dinheiro e
roupas, plantações de oliveiras e de uvas, ovelhas e gado ou
empregados e empregadas.
27 Portanto, a doença de Naamã
vai pegar em você, e os seus descendentes a terão para
sempre.
Quando saiu dali Geazi tinha pegado a doença, e a sua
pele estava branca como a neve.
2 Reis 6
Eliseu faz um machado boiar
1
Eliseu dirigia um grupo de profetas. Um dia eles lhe pediram:
—
O lugar onde moramos com você é muito pequeno.
2 Dê
licença para irmos até o rio Jordão a fim de cortar algumas
árvores. Com elas construiremos uma casa para a gente morar.
—
Podem ir! — respondeu Eliseu.
3 Um dos profetas insistiu que
Eliseu fosse com eles. Eliseu aceitou, 4 e eles saíram juntos.
Quando chegaram ao Jordão, começaram a trabalhar.
5 Um
deles estava cortando uma árvore, quando, de repente, o ferro do seu
machado escapou do cabo e caiu na água.
— O que vou fazer,
senhor? — gritou ele para Eliseu. — O machado era emprestado!
6
— Onde foi que ele caiu? — perguntou Eliseu.
O homem mostrou
o lugar. Então Eliseu cortou um pedaço de pau, jogou na água e fez
o machado boiar.
7 — Pegue-o! — mandou ele.
E o
homem esticou o braço e o pegou.
O exército dos sírios é derrotado
8 O
rei da Síria estava em guerra contra Israel. Ele pediu conselho aos
seus oficiais e escolheu um lugar para armar o seu acampamento. 9 Mas
o profeta Eliseu mandou um recado ao rei de Israel, avisando-lhe que
não fosse para perto daquele lugar, pois os sírios estavam ali
esperando escondidos para atacá-lo.
10 Então o rei de
Israel avisou os homens que moravam naquele lugar, e eles ficaram
alerta.
Isso aconteceu várias vezes.
11 O rei da
Síria ficou muito aborrecido; então chamou os seus oficiais e lhes
perguntou:
— Qual de vocês está do lado do rei de
Israel?
12 Um deles respondeu:
— Nenhum de nós, ó
rei. O profeta Eliseu é quem conta ao rei de Israel tudo o que o
senhor fala até mesmo dentro do seu próprio quarto.
13
Então o rei ordenou:
— Descubram onde ele está, que eu o
prenderei.
Contaram-lhe que Eliseu estava em Dotã, 14 e ele
mandou para lá uma grande tropa de soldados com cavalos e carros de
guerra. Eles chegaram de noite à cidade e a cercaram.
15
No dia seguinte cedinho, o empregado de Eliseu levantou-se e saiu de
casa. Aí viu as tropas sírias com os seus cavalos e carros de
guerra, cercando a cidade. Então entrou em casa e disse a Eliseu:
—
Senhor, nós estamos perdidos! O que vamos fazer?
16
Eliseu disse:
— Não tenha medo, pois aqueles que estão
conosco são mais numerosos do que os que estão com eles.
17
Então orou assim:
— Ó Senhor Deus, abre os olhos do meu
empregado e deixa que ele veja!
Deus respondeu à oração dele.
Aí o empregado de Eliseu olhou para cima e viu que ao redor de
Eliseu o morro estava coberto de cavalos e carros de fogo.
18
Quando os sírios atacaram, Eliseu orou assim:
— Ó Senhor
Deus, faze com que esses homens fiquem cegos!
Deus respondeu à
oração de Eliseu e fez com que os sírios ficassem cegos.
19
Então Eliseu foi falar com eles e disse:
— Vocês estão no
caminho errado; esta cidade não é a que estão procurando. Venham
comigo, que eu vou levar vocês até o homem que estão procurando.
E
os guiou até a cidade de Samaria.
20 Logo que eles
entraram na cidade, Eliseu orou assim:
— Ó Senhor Deus, abre
os olhos deles e deixa que eles vejam.
Então Deus fez com que
os sírios enxergassem de novo, e eles viram que estavam dentro da
cidade de Samaria.
21 Quando o rei de Israel viu os
sírios, perguntou a Eliseu:
— Devo matá-los, senhor? Devo
matá-los?
22 — Não! De jeito nenhum! — respondeu
ele. — Por acaso, o senhor mata os soldados que são feitos
prisioneiros na guerra? Dê de comer e de beber a estes aqui e deixe
que voltem para o rei deles.
23 Então o rei de Israel
mandou fazer uma grande festa para aqueles sírios. E, depois que
comeram e beberam, ele os mandou de volta para o rei da Síria. Daí
em diante os sírios pararam de atacar a terra de Israel.
Eliseu e a fome em Samaria
24 Algum tempo
depois, o rei Ben-Hadade, da Síria, levou todo o seu exército para
lutar contra Israel e cercou a cidade de Samaria.
25 Por
causa disso, a falta de alimentos naquela cidade foi tão grande, que
uma cabeça de jumento custava oitenta barras de prata, e duzentos
gramas de esterco de pomba custavam cinco barras de prata.
26
Certo dia o rei de Israel estava passando por cima da muralha da
cidade, quando uma mulher gritou para ele:
— Ó rei, meu
senhor, me ajude!
27 Ele respondeu:
— Se o Senhor
Deus não ajudar você, como é que eu posso ajudá-la? Você pensa
que eu tenho trigo ou vinho?
28 Mas diga qual é o seu
problema.
Ela respondeu:
— Outro dia esta mulher me
disse: “Vamos comer o seu filho hoje e amanhã comeremos o
meu.”
29 Então nós cozinhamos o meu filho e o comemos.
No dia seguinte eu disse que era a vez de comermos o filho dela, mas
ela o escondeu!
30 Ao ouvir isso, o rei rasgou as suas
roupas em sinal de desgosto, e as pessoas que estavam perto da
muralha viram que por baixo das suas roupas ele estava vestido com
roupa de pano grosseiro.
31 E o rei gritou:
— Que
Deus me mate se, antes que o dia acabe, eu não mandar cortar a
cabeça de Eliseu, filho da Safate!
32 E mandou que um
mensageiro fosse buscá-lo.
Enquanto isso, Eliseu estava em casa
com alguns líderes do povo que haviam ido visitá-lo. Antes que o
mensageiro do rei chegasse, Eliseu disse aos líderes:
—
Aquele assassino está mandando alguém para me matar. Por isso,
quando ele chegar, fechem a porta e não deixem que entre. O próprio
rei virá logo depois dele.
33 Eliseu ainda estava falando
com eles, quando o rei chegou e disse:
— Foi o Senhor Deus
quem fez cair toda esta desgraça sobre nós. Por que iria eu ficar
mais tempo esperando que ele fizesse alguma coisa?
2 Reis 7
1 Eliseu respondeu:
—
Escute o que o Senhor diz: “Amanhã a esta hora, você poderá
comprar em Samaria três quilos e meio do melhor trigo ou sete quilos
de cevada por uma barra de prata.”
2 O ajudante pessoal
do rei disse a Eliseu:
— Mesmo que o Senhor Deus abrisse
janelas no céu e fizesse cair trigo e cevada, isso nunca poderia
acontecer!
Eliseu respondeu:
— Com os seus próprios
olhos você vai ver isso acontecer, mas não vai comer.
O exército dos sírios foge
3 Quatro
homens que sofriam de uma doença contagiosa da pele estavam do lado
de fora dos portões da cidade de Samaria. Eles disseram uns aos
outros:
— Por que ficamos aqui sentados esperando a morte?
4
Não vale a pena entrar na cidade porque lá iríamos morrer de fome;
mas, se ficarmos aqui, também morreremos. Vamos então para o
acampamento dos sírios. Se eles nos deixarem viver, ficaremos vivos;
se nos matarem, bem, nós vamos morrer de qualquer jeito mesmo.
5
E assim, quando começou a escurecer, eles foram até o acampamento
dos sírios. Porém, quando chegaram, não havia ninguém lá. 6 Deus
havia feito com que os sírios ouvissem um barulho que parecia o de
um grande exército, com cavalos e carros de guerra. Então eles
pensaram que o rei de Israel havia pago os reis dos heteus e dos
egípcios e os seus exércitos para os atacarem.
7 Por
isso, ao anoitecer, os sírios haviam fugido para salvar a sua vida,
abandonando as barracas, os cavalos e jumentos e deixando o
acampamento como estava.
8 Quando os quatro homens chegaram ao
acampamento, entraram numa barraca, comeram e beberam do que havia
ali e pegaram a prata, o ouro e as roupas que acharam. Depois saíram
e esconderam tudo. Aí voltaram, entraram em outra barraca e fizeram
a mesma coisa.
9 Mas então disseram:
— Nós não
estamos agindo bem! Temos boas notícias e não devíamos ficar
calados. Se esperarmos até amanhã para contar, certamente seremos
castigados. Vamos agora mesmo contar isso lá no palácio.
10
Então saíram do acampamento dos sírios, voltaram para Samaria e
gritaram para os guardas que estavam nos portões:
— Nós
fomos até o acampamento dos sírios e não vimos, nem ouvimos
ninguém. Os cavalos e os jumentos estão lá amarrados, e as
barracas estão do mesmo jeito que os sírios deixaram!
11 Os
guardas anunciaram a notícia, e ela foi contada no palácio.
12
Ainda era de noite, mas o rei se levantou e disse aos seus
oficiais:
— Vou dizer a vocês o que foi que os sírios
planejaram. Eles sabem que nós não temos nenhuma comida e por isso
saíram do acampamento e foram se esconder no campo. Eles pensam que
nós vamos sair da cidade para procurar comida e aí nos pegarão
vivos e conquistarão a cidade.
13 Um dos oficiais
disse:
— Os que ficaram aqui na cidade vão morrer de qualquer
jeito, como alguns já morreram. Portanto, deixe que nós mandemos
alguns homens com cinco dos cavalos que restaram, para assim podermos
descobrir o que foi que aconteceu.
14 Eles escolheram alguns
homens, e o rei os mandou em dois carros de guerra com ordem para
descobrirem o que havia acontecido com o exército dos sírios. 15 Os
homens foram até o rio Jordão e viram por toda a estrada as roupas
e as armas que os sírios tinham abandonado enquanto fugiam. Então
voltaram e contaram ao rei.
16 O povo de Samaria saiu e
avançou nas coisas que tinha no acampamento dos sírios. E, conforme
o Senhor tinha dito, três quilos e meio do melhor trigo ou sete
quilos de cevada foram vendidos por uma barra de prata.
17
Acontece que o rei de Israel tinha colocado o seu ajudante pessoal
como encarregado do portão da cidade. Esse oficial foi atropelado
pelo povo e morreu, como Eliseu tinha dito quando o rei tinha ido
falar com ele. 18 Eliseu tinha dito ao rei que no dia seguinte,
naquela hora, três quilos e meio do melhor trigo ou sete quilos de
cevada seriam vendidos em Samaria por uma barra de prata, 19 e o
oficial havia respondido: “Mesmo que o Senhor Deus abrisse janelas
no céu e fizesse cair trigo e cevada, isso nunca poderia acontecer!”
E Eliseu havia respondido: “Com os seus próprios olhos você vai
ver isso acontecer, mas não vai comer.” 20 E foi exatamente isso o
que aconteceu com ele: morreu pisado pelo povo no portão da cidade.
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